Alguns dizem, senão pensaram, que o velho Nicodemos pareceu
tolo quando diante de Jesus o indagou sobre como poderia nascer de novo. Mas
como um sujeito entendido nas leis como ele não teria a resposta para tal
pergunta? Ou melhor, como intelectual da época faria tal pergunta? Lembre-se
que não era qualquer leigo que questionava a Jesus. Nicodemos era um
representante de peso no Sinédrio.

Podemos aprender também
que nascer de novo não tem nada a ver com exterioridades. Repare que
Nicodemos era um homem que respeitava os paradigmas da sociedade
religiosa no que tange aquele estereótipo de crente, mas que
no fundo nem sempre corresponde ao caráter genuíno que devemos imitar de Deus.
Prova disso é que mesmo estando enquadrado
nesses paradigmas, havia a necessidade de um novo nascimento.
Hoje ainda padecemos do mesmo dilema de Nicodemos, nossa
consciência com relação a nascer de novo esta voltada para a exterioridade. Lamentável ver a cruz de
Cristo e seu sacrifício jogados as traças, desconsiderados, desvalorizados e
colocados como ultimo lugar na transformação do homem. É difícil ver a graça do
Eterno sendo afastada daqueles que são simples na fé, por conta de meras
conveniências rotuladas como verdade. É triste pensar que os responsáveis por
deflagrar essas coisas em meio à humanidade, naquele grande dia, ouvirão do
Pai: “Apartai-vos de mim, pois nunca os conheci”. Essa palavra de repúdio e total desprezo por
parte do Eterno deveria ser atentada e temida por todos os líderes religiosos
que dizem fazer maravilhas em seu próprio
nome.
Negar o favor
imerecido do Eterno é auto condenação. É se responsabilizar por algo que já
teve preço, juros e correções pagos no calvário assumindo a culpa já perdoada.
Quando uma figura religiosa se enche de razão para medir a conduta alheia com
base em conceitos falidos, deveria lembrar-se que o Mestre irá medi-lo do mesmo
modo por não andar como Ele. Julgar o nascer de novo por exterioridades é um
erro. Falsos ensinamentos tomados como verdades ensoberbece o homem de modo que
ele nunca terá humildade de enxergar e querer ver a cruz e a graça de Cristo.
Foi essa mesma tarja de grandeza que talvez ofuscou a visão de Nicodemos.

Nunca nascemos de novo! Pois se assim fosse não teríamos
tais atitudes. Nunca deixamos o Espírito Santo de fato nos moldar! Pois nunca
analisamos as situações cotidianas pelo olhar da graça, mas sim por nossas
tolas concepções ensinadas de forma enganosa e perpetuada pelas gerações.
Esse novo nascimento
é cotidiano. É socorrer o próximo e amá-lo sem interesse, mostrando o Pai acima
de tudo. Assim, sem o mediador religião, a graça vai resplandecer em nós rasgando
nosso caráter, mudando-nos por dentro e assim nascendo de novo como questionou
Nicodemos. Questione o Eterno como nascer de novo. Seja pragmático, tire o julgo, a crosta da
religiosidade que te aprisiona, tenha humildade de reconhecer isso. Tenha certeza,
Ele irá te ensinar como é prazeroso te-lo como seu pastor e guia. Que o Eterno
nos dê a paz.