quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Contradizendo a "verdade" formatada

  O Mestre falava por meio de parábolas para tornar o entendimento mais fácil e acessível, e assim fez com a parábola da semeadura. Mas ainda assim, nos fechamos em nossos grupos, não queremos a caminhada com outras pessoas e só nos manifestamos como seres especiais, achando que O Eterno nos aprova por estarmos alienados em uma confraria. 
  É muito cômodo determinar leis e métodos segundo a nossa visão reduzida do que é viver em comunidade. Pior ainda, achamos que somos modelos ideais de atratividade. Nos achamos muito bons em nosso mundinho e não o compartilhamos como deveríamos. Mas saiba que o evangelho é poder de Deus, se você não quiser assumir a posição de anunciador das boas novas não se preocupe, o Eterno não depende de você para que a semente seja semeada. O reino por Ele anunciado não vai parar por sua causa. 

 Ele é o todo poderoso, e o amor D'ele infinito. Reconhecemo-nos como pecadores, movamos de compaixão, criemos temor, regeneremo-nos através do Espírito Santo. Talvez a partir daí conseguiremos expressar o caráter de Cristo.

  

  O Mestre, caminhando nessa Terra, nos ensinou que a causa da morte do homem é aquilo que provém do coração não regenerado e não o ato de descumprir um conjunto de leis tolas. Por isso, tomemos o cuidado de não vestir o personagem do fariseu, um acusador que não entra e não permite que outros entrem, que se empenhavam em analisar quem lavava as mãos antes de comer, que não se assentavam com os gentios e se autodenominavam santos. 

   Essa posição de acusador é muito cômoda. Difícil é carregar a cruz do irmão, socorrê-lo quando encontra-se assaltado e machucado a beira do caminho. Ao invés de pagar a estadia dele em uma hospedaria, curar suas feridas e alimenta-lo, passamos de largo, ou pior, passamos por cima só para constatar que ele não é da nossa irmandade. Depois ainda caminhamos como quem não se importa, com leveza de consciência.

  

  Fácil é determinar “dogminhas” e segui-los, criando falsos santos de acordo com nossa perspectiva terrena, nos esquecendo da infinita graça do Eterno que, nos alcança e nos regenera. É Ele quem torna tolo todo o sacrifício que  tenta demonstrar uma mudança puramente de rótulos, enquanto o interior continua falido, reduzido a absolutamente nada. Pois bem, essa sensação de pureza externa enaltece ainda mais o homem egoísta que existe dentro de nós,  fortalece o orgulho e a inveja. E assim parece que, para não nos sentirmos ainda mais infelizes, nos posicionamos com tanta superioridade ao invés  encarar que somos trapos de imundícia sem a graça infinita do Eterno. Se aceitasse-mos a condição de pecador, talvez seriamos mais tolerantes e compreensivos com nossos irmãos e inimigos.  
  Difícil é amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Isso é mandamento e não se cumpre vestindo camisetas com estampas do tipo: “Eu sou de Deus” e outras frases seguindo esse estilo gospel. Infelizmente, hoje, grande parcela dos que se dizem cristãos não conseguem manifestar o caráter do Mestre, simplesmente por não entenderam esses dois mandamentos, que são os responsáveis por nos tornar seres renovados de mente e coração.    

  Desse modo,  a prática desses dois mandamentos é substituída muitas vezes  pelas modinhas, como por exemplo aquelas pessoas que apelam  para o uso de camisetas, estampando frases de filosofia rasa na tentativa de se afirmarem como cristãos diante do seu meio de convívio. Muitas vezes se colocando como alguém melhor que o resto da humanidade, batendo no peito   com um teor fanático e vazio dizendo “ não estou nem aí para o mundo, eu não me chamo Raimundo”.

  

  Já imaginou se Pedro, Paulo e tantos outros lançassem mão desse modelo de evangelismo? concluiríamos de imediato que o conhecimento do Mestre não teria chegado a vários lugares do mundo. Com esses dois exemplos (Pedro e Paulo), vemos nitidamente que o evangelho idealizado pelo Mestre não segue regras e dogmas humanos. O primeiro caminhou com o Jesus, ouviu tudo de perto, viu e sentiu todas a maravilhas operadas, mas ainda assim custou compreender que a graça alcança a todos, tornando o que era santo em profano. Com o exemplo de Pedro, compreendemos que é justificável esse processo que impera em nossos corações muitas vezes. 
  Paulo,  embora não  tenha andado com o Mestre,  quando teve o seu encontro com Ele , viu que a graça o alcançara. Sim, simplesmente graça. Ou você não acha extremamente compaixosa a escolha de um perseguidor para dali em diante ser digno de ser perseguido?!.   
  Ambos, de uma maneira ou outra, entenderam que evangelho é caminhada. E isso talvez ainda não entendemos. Muito de nossos irmãos morrem por causa de nosso comodismo e egoísmo. 
  O fato de pertencermos a um reduto de “iluminados”, não faz de nós melhores que nenhum de nossos irmãos, pois com esse pensamento renegamos o “amar ao próximo como a nós mesmos”. Deixemos que a graça redentora nos alcance e aprendamos a não submeter nossos irmãos a ótica do nosso miserável legalismo. Que o Elohim, que tem o universo na palma da sua mão nos dê a paz e, principalmente entendimento, para a recebermos!

4 comentários:

  1. “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, seja, plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de no Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará” (1 Tessalonicenses 5:23-24).

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  2. Dou muitas graças a Deus por saber de sua fé mano.
    Continue nessa simplicidade do Evangelho.

    Exortar é isso!
    o resto é poesia de quem acha que o Evangelho pode ser praticado fora do contexto do Amor.

    Paz querido.

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  3. Talvez se tivesse colocado aspas na palavra verdade que encabeça o seu texto, ficaria mais próximo da realidade de nossos dias. Afinal, a verdade que estão pregando por ai, não é a verdade pregada pelo Mestre. Portanto, estamos indo na contramão de uma "verdade" instituída por uma instituição que se afastou de sua essência. Oremos... e lutemos pelo evangelho genuíno!!!

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  4. Muitas pessoas se esquecem do principal mandamento e se prendem a "fardos pesados". O próprio Jesus nos disse que o seu julgo é suave e o seu fardo é leve (Mateus 11:30). Amemos pois a Deus e ao próximo.

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