O Mestre falava por meio de parábolas para
tornar o entendimento mais fácil e acessível, e assim fez com a parábola da
semeadura. Mas ainda assim, nos fechamos em nossos grupos, não queremos a
caminhada com outras pessoas e só nos manifestamos como seres especiais,
achando que O Eterno nos aprova por estarmos alienados em uma confraria.
É muito cômodo determinar leis e métodos segundo a nossa visão reduzida
do que é viver em comunidade. Pior ainda, achamos que somos modelos ideais de
atratividade. Nos achamos muito bons em nosso mundinho e não o compartilhamos
como deveríamos. Mas saiba que o evangelho é poder de Deus, se você não quiser
assumir a posição de anunciador das boas novas não se preocupe, o Eterno não
depende de você para que a semente seja semeada. O reino por Ele anunciado não
vai parar por sua causa.
Ele é o todo poderoso, e o amor D'ele
infinito. Reconhecemo-nos como pecadores, movamos de compaixão, criemos temor,
regeneremo-nos através do Espírito Santo. Talvez a partir daí conseguiremos
expressar o caráter de Cristo.
O Mestre, caminhando nessa Terra, nos ensinou que a causa da morte do
homem é aquilo que provém do coração não regenerado e não o ato de descumprir
um conjunto de leis tolas. Por isso, tomemos o cuidado de não vestir o
personagem do fariseu, um acusador que não entra e não permite que outros
entrem, que se empenhavam em analisar quem lavava as mãos antes de comer, que
não se assentavam com os gentios e se autodenominavam santos.
Essa posição de acusador é muito cômoda. Difícil é carregar a cruz do
irmão, socorrê-lo quando encontra-se assaltado e machucado a beira do caminho.
Ao invés de pagar a estadia dele em uma hospedaria, curar suas feridas e
alimenta-lo, passamos de largo, ou pior, passamos por cima só para constatar
que ele não é da nossa irmandade. Depois ainda caminhamos como quem não se
importa, com leveza de consciência.
Fácil é determinar “dogminhas” e segui-los, criando falsos santos de
acordo com nossa perspectiva terrena, nos esquecendo da infinita graça do
Eterno que, nos alcança e nos regenera. É Ele quem torna tolo todo o sacrifício
que tenta demonstrar uma mudança
puramente de rótulos, enquanto o interior continua falido, reduzido a
absolutamente nada. Pois bem, essa sensação de pureza externa enaltece ainda
mais o homem egoísta que existe dentro de nós,
fortalece o orgulho e a inveja. E assim parece que, para não nos
sentirmos ainda mais infelizes, nos posicionamos com tanta superioridade ao
invés encarar que somos trapos de
imundícia sem a graça infinita do Eterno. Se aceitasse-mos a condição de
pecador, talvez seriamos mais tolerantes e compreensivos com nossos irmãos e
inimigos.
Difícil é amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós
mesmos. Isso é mandamento e não se cumpre vestindo camisetas com estampas do
tipo: “Eu sou de Deus” e outras frases seguindo esse estilo gospel.
Infelizmente, hoje, grande parcela dos que se dizem cristãos não conseguem
manifestar o caráter do Mestre, simplesmente por não entenderam esses dois
mandamentos, que são os responsáveis por nos tornar seres renovados de mente e
coração.
Desse modo, a prática desses dois
mandamentos é substituída muitas vezes pelas modinhas, como por exemplo aquelas
pessoas que apelam para o uso de camisetas,
estampando frases de filosofia rasa na tentativa de se afirmarem como cristãos
diante do seu meio de convívio. Muitas vezes se colocando como alguém melhor
que o resto da humanidade, batendo no peito
com um teor fanático e vazio dizendo “ não estou nem aí para o mundo, eu
não me chamo Raimundo”.
Já imaginou se Pedro, Paulo e tantos outros lançassem mão desse modelo
de evangelismo? concluiríamos de imediato que o conhecimento do Mestre não
teria chegado a vários lugares do mundo. Com esses dois exemplos (Pedro e
Paulo), vemos nitidamente que o evangelho idealizado pelo Mestre não segue
regras e dogmas humanos. O primeiro caminhou com o Jesus, ouviu tudo de perto,
viu e sentiu todas a maravilhas operadas, mas ainda assim custou compreender
que a graça alcança a todos, tornando o que era santo em profano. Com o exemplo
de Pedro, compreendemos que é justificável esse processo que impera em nossos
corações muitas vezes.
Paulo, embora não tenha andado com o Mestre, quando teve o seu encontro com Ele , viu que
a graça o alcançara. Sim, simplesmente graça. Ou você não acha extremamente
compaixosa a escolha de um perseguidor para dali em diante ser digno de ser
perseguido?!.
Ambos, de uma maneira ou outra, entenderam que evangelho é caminhada. E
isso talvez ainda não entendemos. Muito de nossos irmãos morrem por causa de
nosso comodismo e egoísmo.
O fato de pertencermos a um reduto de “iluminados”, não faz de nós
melhores que nenhum de nossos irmãos, pois com esse pensamento renegamos o
“amar ao próximo como a nós mesmos”. Deixemos que a graça redentora nos alcance
e aprendamos a não submeter nossos irmãos a ótica do nosso miserável legalismo.
Que o Elohim, que tem o universo na palma da sua mão nos dê a paz e,
principalmente entendimento, para a recebermos!
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, seja, plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de no Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará” (1 Tessalonicenses 5:23-24).
ResponderExcluirDou muitas graças a Deus por saber de sua fé mano.
ResponderExcluirContinue nessa simplicidade do Evangelho.
Exortar é isso!
o resto é poesia de quem acha que o Evangelho pode ser praticado fora do contexto do Amor.
Paz querido.
Talvez se tivesse colocado aspas na palavra verdade que encabeça o seu texto, ficaria mais próximo da realidade de nossos dias. Afinal, a verdade que estão pregando por ai, não é a verdade pregada pelo Mestre. Portanto, estamos indo na contramão de uma "verdade" instituída por uma instituição que se afastou de sua essência. Oremos... e lutemos pelo evangelho genuíno!!!
ResponderExcluirMuitas pessoas se esquecem do principal mandamento e se prendem a "fardos pesados". O próprio Jesus nos disse que o seu julgo é suave e o seu fardo é leve (Mateus 11:30). Amemos pois a Deus e ao próximo.
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